outubro 23, 2007

Sigmund Freud não explica


É impressionante como as novas cidades não tem singularidade alguma. Tomando como base um pequeno entorno, onde poderíamos comparar Votuporanga à Fernandópolis, Jales, Rio Preto, notamos a pobreza de criação; não tão simples como parece. visitando os blogs alheios, vi várias lindas fotos da cidade, porém, NADA me trouxesse uma lembrança votuporanguense, mas simplesmente imagens aleatórias de qualquer centro em qualquer cidade de qualquer estado de qualquer país.

Vejam só! O que poderia ser um símbolo marcante de nossa cidade, a igreja da matriz, não passa de uma "cópia"! de acordo com as anotações da Sylvia ( e como ela mesmo diz) ela tem um ar europeu. Claro que não julgo pelo estilo, porque muitas outras catedrais ou obras se embazaram em período x (ou neo-gótico como a nossa). Mas vejam só, por mais que tal ou tal igreja pertença a um estilo, ela não necessariamente é igual. Como se a igreja, estando no Brasil e não na Europa, ainda mais em Votuporanga, poderia (se não DEVERIA) buscar traços regionais, voltado à origem do espaço. Talvez essa igreja seja realmente única, mas se tomarmos como base uma análise da figura, muito pouco se saberia sobre a igreja neo-gótica de votuporanga.

Eu não sei se estou conseguindo me explicar, porque é difícil comparar a popularidade dessa igreja com alguma outra do período, mas eu espero não ter sido tão drástica nos comentários fazendo com que vocês entendam onde eu quero chegar!

Eu acho que Votuporanga ainda não me trouxe nenhuma singularidade, mas estou procurando; porque é possível pegar alguns elementos daqui e assimilá-los aos de qualquer outro lugar, pelo menos no entorno (como já disse).
é com isso que eu estou quebrando a cabeça...

Um comentário:

tchem disse...

muito bom Yoná,
sua análise levanta uma série de preocupações relevantes. Essa singularidade que você não encontra na cidade é uma das questões que você pode explorar agora. O arquiteto e teórico Rem Koolhaas vai explorar esse tema com a Cidade Genérica. Isto é, as cidades contemporâneas tendem a uma homogeneização, eliminando as singularidades, padronizando toda a relação entre espaço e tempo. Dessa forma, há uma padronização dos modos de vida dessas cidades, cidades genéricas.
Portanto o NADA, como você coloca, seria seu conceito principal. O NADA aqui é a repetição, o mesmo.
O NADA enquanto mesmice arquitetural também, como se nosso corpo estivesse numa bolha gigante que já sabe o que fazer, pois tudo irá ocorrer de uma forma aqui e em qualquer cidade.
Agora voltando a sua leitura anterior em suas palavras:
"outra atmosfera em determinado e extenso ponto que denote uma outra realidade mesmo dentro dos padrões atuais".
O que interessa agora são quais realidades há nesse NADA, nesse vazio existencial, nessa repetição cíclica.
Quando você encontrar esse ponto, ou situação, tudo ficará mais claro, talvez não encontre...
De qualquer forma, pense que esse NADA contém infinitas realidades, a repetição e o mesmo seria o nível mais superficial da realidade. Vou refletir mais e coloco outro post daqui a pouco.
abraços